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“Temos o direito de ter paz para fazer nossas celebrações”, diz padre de igreja invadida

Publicado originalmente na Gazeta do Povo

O padre Luiz Haas, da Igreja Nossa Senhora do Rosário, em Curitiba, que foi invadida por manifestantes de esquerda no sábado (5), concedeu entrevista ao telejornal Meio Dia Paraná, da RPC, nesta terça-feira (8), por telefone. Ele contou que a celebração foi atrapalhada pelos manifestantes desde o início, por causa do barulho e dos gritos do grupo que estava nas escadarias da igreja, do lado de fora do templo.

Algumas pessoas que participavam da missa, às 17 horas de sábado, chegaram a pedir que os integrantes do protesto fizessem menos barulho durante o período de orações, mas não houve acordo. Pelo contrário, segundo o sacerdote, o volume do ato ficou ainda mais alto. Diante da situação, o padre acelerou o ritmo da celebração e a missa, normalmente com uma hora de duração, foi concluída em 48 minutos.

“Nós temos todo o direito de ter a nossa paz e tranquilidade para fazer as nossas celebrações. Nenhum grupo até hoje atrapalhou a nossa missa aqui [na Igreja do Rosário]. É a primeira vez. Então, vai da consciência deles”, disse o padre Hass durante a celebração.

Após o encerramento da cerimônia religiosa, o sacerdote foi até a porta da igreja para tentar conversar com os manifestantes e se informar sobre o motivo do ato. A tentativa do padre de apaziguar a situação não deu resultado e ele começou a ser xingado pelos ativistas de “racista”.

O grupo tentou invadir a igreja, mas os fiéis que ainda estavam dentro do templo puxaram o padre para dentro e fecharam a porta principal. Os manifestantes, porém, entraram pela porta lateral da igreja. Eles gritavam palavras de ordem e empunhavam bandeiras de partidos políticos, como PT e PCB.

Um dos líderes do protesto foi o vereador Renato Freitas, do PT, que agora é alvo três representações na Câmara Municipal para que se inicie uma investigação sobre o caso e, por consequência, comece um possível processo de cassação do mandato por falta de decoro parlamentar.

O padre contou que permaneceu o tempo todo junto dos manifestantes dentro da igreja, pois havia o receio de que eles profanassem o altar – o que não ocorreu. O sacerdote afirmou que nada foi quebrado dentro da igreja. Apesar disso, reforçou que a missa foi atrapalhada e que o grupo poderia ter feito o protesto antes ou depois da celebração. Depois de alguns minutos de manifestação no interior do templo, o grupo se retirou.

O protesto foi feito para lembrar os assassinatos de dois negros – Moïse Mugenyi e Durval Teófilo Filho – no Rio de Janeiro. A Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Pretos, no Centro Histórico de Curitiba, foi construída por escravos e por isso tem ligação com a comunidade negra da cidade.

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